quinta-feira, 2 de maio de 2013

Depois da primeira ponta



Ok, a primeira ponta  esta inutilizável ! A sola já virou um chinelo, o cetim parece uma múmia de tantos fiapos soltos e vc sente todos os dedos no chão de tão pó que o gesso esta.
Gostei muito dessa ponta, então nada me impede de continuar com o mesmo modelo.
Duas coisas podem acontecer:
1- ok, essa ponta continua ótima.
2- mas é o mesmo modelo e esta horrível!!

Para o caso 2, o que pode ter acontecido:
Saibam que o pé se modifica com o tempo.
Surpresa?
Fica mais en dehor, mais alongado, pende mais pra fora do pé, mais pra dentro, mais pra frente.
Coreografias que são ensaiadas repetidas vezes por muito tempo, mudam o corpo todo, inclusive o pé.
Imagine-se dançando em um corpo de baila de um repertório qualquer. Você é a terceira da fila da direita e 85% das coisas que você faz são pra direita. Você ensaia exaustivamente durante 4-5 meses para se apresentar no fim do ano. Muito provavelmente todos esses passos que você vai executar para direita, renderão alguma melhora, alguma modificação e talvez algum vício.
Todos aqueles 1000 arabesques que você teve que fazer, até conseguir, até todos os outros integrantes conseguirem, até a coreografa achar que estava bom,  vai (provavelmente) melhorar o seu eixo, mudar a sua pisada e sua colocação do peso; consequentemente, alterará o formato da sua ponta. Porém como ela passou por todo o processo de aprendizado e adaptação com você, ela se tornou única e seu pé se tornou outro.
Agora a batalha em busca da ponta perfeita recomeça, como se estivesse escolhendo a primeira ponta novamente! É triste... porém agora você já conta com a experiência anterior para saber o que pega, o que machuca, o que funciona ou não.
Não lembra mais como escolher a primeira ponta? Dicas? Clique Aqui.
O ballet, infelizmente é uma atividade cara . Aulas, vestuário, transporte e principalmente sapatilhas de pontas. Não se encontra em SP, sapatilhas por menos de R$60,00. E Elas podem chegar a mais de R$400,00, quando são importadas.
O principal a se fazer é testar pontas novas, de marcas e modelos diferentes.
Uma hora você acha a sua preferida, que pode ser pra vida toda ou pode ser a preciso reiniciar a busca em algum momento por conta da modificação do pé.






2 comentários:

  1. Olá!
    Acabei de conhecer seu blog e me identifiquei muito com este post! rsrsrs
    Durante os intermináveis meses de ensaios diários para o espetáculo de final de ano, meu pé começou a rejeitar a minha Toshie. Fiquei um tempo com uma Gaynor e acabei voltando pra uma Partner 180 (que foi a minha primeira sapatilha de ponta e me machucava muito!). Na época fiquei frustrada pela Gaynor não ser o "sapatinho mágico da Cinderela" como todas falavam, mas depois entendi que o pé vai mudando e, consequentemente, as nossas preferências por ponta também... rsrsrs
    Beijos e Parabéns pelo blog! Já virei fã! ;)
    Elaine.

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    1. Olá Elaine! Obrigado por nos acompanhar!
      Eu também passei por isso, amava a Toshie e depois de uns meses, senti dores horríveis no dedão com ela. Comprei uma Gaynor e a mais dura (saquinho verde) era muito mole pro meu pé, além de pressionar muito minha joanete. De 1 ano e meio pra cá, venho tentando de tudo, várias da capézio, só dança, CK, Repetto e nada... Acabei me achando com uma marca nova chamada "Evidence".
      Infelizmente o resumo da ópera é sempre o mesmo: testar várias. rsrs
      Bjos!!!!
      Thais FF

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