domingo, 25 de agosto de 2013

Sem medo!

Essa palavra não pode existir no vocabulário de nenhum bailarino! Por mais que esteja [sempre] presente, não diga nem a você mesmo que está com medo.

Medo de cair, de torcer, de exagerar, de machucar, de errar, de doer, de desapontar, de se frustrar, de sorrir... medo do medo.

* Se cair, aprenda como levantar.
* Machucar, torcer, doer, faz parte do caminho. Aprenda com isso.
* Mesmo que não saia perfeito, tente. Não deu certo? Insista. Quem observa reconhecerá seu esforço.
* Sorrir não custa nada e ainda transmite alegria para quem está ao seu redor. Comece a treinar em aula e encante nos palcos.
* Não tenha vergonha de "assumir o personagem". Suavidade, elegância, "carão", expressividade... Seu professor ficará agradecido.
* Encare os desafios. Toda boa oportunidade vem repleta deles!

Não deixe que o medo lhe impeça de continuar amando o ballet!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Depois da primeira ponta



Ok, a primeira ponta  esta inutilizável ! A sola já virou um chinelo, o cetim parece uma múmia de tantos fiapos soltos e vc sente todos os dedos no chão de tão pó que o gesso esta.
Gostei muito dessa ponta, então nada me impede de continuar com o mesmo modelo.
Duas coisas podem acontecer:
1- ok, essa ponta continua ótima.
2- mas é o mesmo modelo e esta horrível!!

Para o caso 2, o que pode ter acontecido:
Saibam que o pé se modifica com o tempo.
Surpresa?
Fica mais en dehor, mais alongado, pende mais pra fora do pé, mais pra dentro, mais pra frente.
Coreografias que são ensaiadas repetidas vezes por muito tempo, mudam o corpo todo, inclusive o pé.
Imagine-se dançando em um corpo de baila de um repertório qualquer. Você é a terceira da fila da direita e 85% das coisas que você faz são pra direita. Você ensaia exaustivamente durante 4-5 meses para se apresentar no fim do ano. Muito provavelmente todos esses passos que você vai executar para direita, renderão alguma melhora, alguma modificação e talvez algum vício.
Todos aqueles 1000 arabesques que você teve que fazer, até conseguir, até todos os outros integrantes conseguirem, até a coreografa achar que estava bom,  vai (provavelmente) melhorar o seu eixo, mudar a sua pisada e sua colocação do peso; consequentemente, alterará o formato da sua ponta. Porém como ela passou por todo o processo de aprendizado e adaptação com você, ela se tornou única e seu pé se tornou outro.
Agora a batalha em busca da ponta perfeita recomeça, como se estivesse escolhendo a primeira ponta novamente! É triste... porém agora você já conta com a experiência anterior para saber o que pega, o que machuca, o que funciona ou não.
Não lembra mais como escolher a primeira ponta? Dicas? Clique Aqui.
O ballet, infelizmente é uma atividade cara . Aulas, vestuário, transporte e principalmente sapatilhas de pontas. Não se encontra em SP, sapatilhas por menos de R$60,00. E Elas podem chegar a mais de R$400,00, quando são importadas.
O principal a se fazer é testar pontas novas, de marcas e modelos diferentes.
Uma hora você acha a sua preferida, que pode ser pra vida toda ou pode ser a preciso reiniciar a busca em algum momento por conta da modificação do pé.






quinta-feira, 18 de abril de 2013

Primeira Sapatilha de Ponta


Tantos modelos disponíveis, preços diferentes, marcas... O mercado de acessórios de ballet não é muito grande, mas já é o suficiente para nos tirar o sono, principalmente falando sobre pontas.

Vamos ao que interessa:

Primeira Ponta

Só, único e tão somente seu professor, poderá te dar o aval de que você esta preparado para comprar sua primeira ponta.
Nunca use uma ponta sem o conhecimento de seu professor,pois lesões seríssimas podem acontecer (não é brincadeira).
Na maioria dos casos, os professores costumam ter uma ponta preferida para o trabalho inicial ou indicar alguns modelos para que você compre na loja.
Caso deixe essa responsabilidade inteira com você, vá até uma loja e comece sua batalha de escolha.
Nunca compre sua primeira ponta pela internet ou por encomenda sem colocá-la no pé.
Nunca use uma ponta velha ou usada de uma amiga.
Pés possuem diferenças enormes por mais que pareçam iguais a olho nu.

Muitas coisas influenciam, como o comprimento dos dedos, a largura das joanetes, a largura do calcanhar, o tipo de colo de pé (ou a falta dele),  se a pisada é pronada ou supinada, se o tornozelo é alongado ou não e qual a força do estudante.


Tipos de dedos
Tipos de colo de pé (pé chato sem colo/ muito colo/ pé normal)

Prove a ponta com meia e ponteira.
Prove diversas ponteiras ( tecido, gel, silicone).

Quando calçar a ponta, tem que sobrar um pouco menos de 1cm de pano no calcanhar. Quando fizer meia ponta esse espaço se completa. Se não tiver essa sobrinha, além de doer o calcanhar, pode sair do pé na hora de dançar.
O uso das pontas é dolorido. Existe aquela dorzinha de trabalho muscular e a dor insuportável que te faz esquecer o próprio nome.
Subir nas pontas tem que ser aquela dorzinha suportável. Então sentir extremo desconforto não é "normal".
Prove vários modelos até encontrar a mais confortável.
Algumas pontas apertam demais os dedos, pois tem a caixa mais fina. A maioria das marcas possuem variação de largura da caixa(box).

É importante conseguir sentir os dedos independentes dentro da sapatilha e não um bloco dormente.
Algumas lojas não permitem que se "suba" nas pontas (ficar em pé na ponta), para não "quebrá-las" antes de comprar. Mas se for permitido, suba. Apoie-se e faça um relevé.
A sola a princípio vai estar firme e não vai permitir muita movimentação do pé. Mas o importante agora é sentir os dedos, se não estão super esmagados e se não esta saindo do pé no calcanhar ou apertada demais.

A gáspea (altura do decote na frente da sapatilha), pode ser em formato V ou U e pode ser bem cavada ou pouco cavada.

Quanto mais cavada, mais o colo de pé tende a ir para frente e ficar exposto. Se tiver muito colo de pé, cuidado com as muito cavadas, pois os dedos podem sair pra fora da sapatilha pela frente.
As que tem pouco decote ou nenhum, seguram o pé e o colo de pé no lugar. São indicadas para quem tem muito colo de pé, pouca força e pouco controle do tornozelo.

A sola das sapatilhas variam em três tipos: sola inteira, sola 3/4 e meia sola.
A solas inteiras são as mais comuns. O material da palmilha da sapatilha é resistente do começo ao final da sola.

Nas 3/4, a palmilha é flexível na região do calcanhar. São utilizadas quando:
Pouco colo de pé; pouco alongamento ou força de tornozelo (famoso "pé de periquito"). A palmilha mais curta diminui a área de apoio do calcanhar, o que empurra o arco do pé pra frente.
Atenção: para quem tem muito colo de pé, não é recomendada! É preciso ter um pé muuuuuuuuuito forte para conseguir segurar o pé sem perder o eixo ou, até mesmo, virá-lo.
Procure a orientação do seu professor.

Na meia sola, a palmilha termina no meio do pé. Visto que não há sustentação nem do calcanhar, nem do arco do pé, essa sapatilha não deve ser utilizada sem a recomendação do professor. É necessário ter muita força no tornozelo e no pé para que não ocorra nenhum acidente.

Dureza da sola: Algumas marcas possuem variações da dureza da sola (algumas para pronta entrega e outras só por encomenda).
As solas costumam variar entre super mole, mole, normal, reforçada e super reforçada.
Caso o professor não especifique nenhuma, procure pela normal.
Depois que utilizar a primeira ponta, terá mais entendimento do próprio pé para saber se precisa de uma sola mais dura ou mais mole.

Importante: A duração das pontas varia de estudante para estudante.
Algumas estragam em 2 meses e outras duram mais de 1 ano.
Isso é totalmente possível e não significa mal uso ou melhor uso.
A mesma série de fatores que diferenciam um pé de outro na compra da sapatilha, também diferenciam o seu desgaste.

Quando amarrar as fitas no tornozelo, lembre-se de esconder as pontinhas e o nó pra dentro. Nunca deixe um laço aparecendo. Pode se soltar, pode ser pisado e causar acidentes, além de ser esteticamente feio.
Lembre-se de esconder as "anteninhas" (aquele elástico que fica na volta da sapatilha), para dentro.


Sujou muito, use um paninho úmido , sem encharcar e esfregue delicadamente. Mas sem muita neura, sapatilhas de aula sujam mesmo, é normal.
Lembre-se de pedir fitas e elásticos para serem costurados em casa (algumas já vem costuradas de fábrica).

Prove vários modelos, algumas diferenças são enormes quando colocadas no pé.


Boa escolha!

terça-feira, 26 de março de 2013

Giros Descontrolados


Chaînés, Piqué en tournant , tours en l´air, fouettés e outros giros que normalmente são feitos sequenciais em diagonais ou manège, sempre são mais desafiadores quando feitos em maior quantidade.
1 piqué en tournant  - plié, ok.
1 piqué en tournant  - plié + 1 piqué en tournant  - plié,  ok
Agora : 1 piqué en tournant + 1 piqué en tournant  - plié + chassé + Chaîné,Chaîné,Chaîné,Chaîné , pose!

Hiiiii.... complicou....no meio você já perdeu a direção, os braços perderam o formato, a cabeça já não marca mais, a tontura inicia e a pose final é uma completa derrota....

Tudo isso pode ser melhorado com algumas dicas, mas a principal delas hoje é: Não SURTE!
Sério, não perca o controle, não deixe que o giro tome conta de você e  a tendência sempre é aumentarmos a velocidade! Parecemos peões loucos e desgovernados.
Por que? Isso é simples de se explicar com um pouquinho de física. Corpos em movimento acelerado tendem a manter a trajetória. Quanto mais lento o movimento, mais tempo para se pender para algum lado e cair. É quase um piloto automático : Aumentamos a velocidade para nos mantermos no movimento.
Poréeeeeeeeem, esta errado. Aumentar a velocidade sem controle, não significa êxito.
Velocidade tem a ver com agilidade controlada.
Então a dica de hoje é simples : Quando estiver perdendo o controle do giro e sentir que esta acelerando, DESACELERE!
Retome o controle da respiração, pense onde colocará o próximo pé (que indicará a direção), tente retomar a marcação de cabeça e contraia os músculos abdominais.

É isso por hoje! =)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Como se posicionar na Sala de Aula

Pode parecer bobagem ou exagero, mas não é.
Saber se posicionar na sala de aula, na barra, no centro, durante a execução de um exercício ou durante a explicação do professor é super importante.
Quem aqui já não passou pela chata situação de tentar executar uma sequência no centro e não conseguir ? Pois alguém entrou na sua frente, esbarrou em você e até pode ter te machucado; tudo porque você, ou ele ou ambos, não souberam dimensionar corretamente o espaço que iriam utilizar.
Existem situações complicadas, onde a quantidade de alunos é grande é a sala é pequena e vira um "dance se puder".
Mas em situações normais, sem superlotação, ainda sim é preciso ter atenção para se posicionar.
Vamos as dicas:

Na barra

-Durante a explicação do professor , não fique grudado, atrás dele, tentando copiar o exercício que você ainda não conhece por inteiro. Por 2 motivos: Primeiro que você pode estar atrapalhando a visão dos demais alunos  e segundo, que você pode errar a sequência que esta sendo exibida e tirar o foco dos outros alunos.
-Se o professor impor algum tipo de ordem no posicionamento da barra, seja por altura, idade, nível técnico etc, respeite a decisão dele; provavelmente será a forma em que ele melhor visualiza a turma para correção. 
-Cuidado redobrado nas sequências de grand battement! Meça até onde sua perna alcança e mantenha essa distância da pessoa da frente e de trás, se não for possível manter uma grande distância, mude a direção do corpo durante a execução, virando para fora da barra nos devant´s e virando o corpo para dentro da barra nos derrière .

No centro

-Durante a explicação do professor, afaste-se o máximo que puder, dando-lhe espaço para demostrar os movimentos. Não fique na frente dos outros alunos que estão aprendendo a sequência e não permaneça atrás da imagem do professor no espelho. 
-Procure preencher os espaços livres da sala, de forma intercalada, para melhor amplitude dos movimentos e não esbarre em ninguém.
-Não se apegue e nem se vicie em cantos e pontos específicos na sala. Em coreografias, você pode ser colocado em outra posição e isso te incomodará , lhe tirando a concentração.
-Varie sua posição na sala, para se tornar um bailarino de fácil adaptação.
-Não tenha medo de ficar na frente ou mais próximo do espelho. Aproveite enquanto é só um espelho, amanhã pode ser a platéia, acostume-se.
-Não encare o posicionamento no fundo como rebaixador. Pode ser que sua professora colocou outra colega na frente na hora do exercício pois precisa corrigi-la bem mais que você.
-Tente não ficar na frente de ninguém, pelo menos no início do exercício. Como vai terminar, vai depender da coreografia.
- Enquanto espera sua vez para executar uma sequência, aguarde em um local que não atrapalhe quem esta dançando.
-Mesmo que permitido pelo professor, procure não sentar no chão entre um exercício e outro. 
-Não fique se pendurando e encostando na barra.
-Não deixe perneiras, toalhas, malhas, pendurados na barra, além de não ser varal, não é legal ter que encostar em itens suados de outras pessoas.
-Não suje o chão com talco ou água, pode se tornar escorregadio e causar acidentes.




domingo, 3 de fevereiro de 2013

Suavidade nas Pontas



É normal que as aulas realizadas com sapatilhas de ponta sejam mais "sonoras", uma vez que o gesso em contato com o chão faz mais barulho do que o couro ou o tecido das sapatilhas de meia-ponta. Porém, é muito desagradável quando esse barulho é mais alto do que a música ou, até mesmo, a voz do(a) professor(a)... parece uma cavalaria em marcha!

Para realizar movimentos mais suaves nas pontas, é imprescindível passar pela meia-ponta! Tanto antes de subir nas pontas, quando antes de colocar o calcanhar no chão.

Passar pela "meia-ponta -> ponta" fortalece os dedos e evita os "pulinhos", os quais podem lesionar tornozelos e joelhos.

Passar pela "meia-ponta -> calcanhar" deixa o movimento mais controlado, o corpo continua alongando para cima, evitando o "desmoronamento" que faz um barulhão e acaba com a postura.

Pense em não fazer barulho, esse é a dica.
Você provavelmente realizará movimentos mais suaves.

Conhece mais alguma dica? Envie para a gente! ;)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Quanto tempo leva...

OK, me matriculei no ballet essa semana. Quando começarei a fazer os tais 32 fouettés??



Se você já é aluno há pelo menos 1 ano, vai rir de uma pergunta como esta, caso esteja começando e tenha uma dúvida parecida a resposta vem abaixo:

Assim como um bebê, que aprende primeiro a ficar sentado, depois a engatinhar, depois fica em pé, depois a arriscar passos tímidos para então sair correndo, no ballet a evolução é a mesma.

Precisamos reaprender a parar em pé, adquirir a postura adequada, encaixar minimamente o quadril, abrir uma primeira posição en dehors, depois conseguir torná-la uma quinta posição satisfatória, aumentar a profundidade do plié, fazer um cou-de-pied  en dehors, que evoluirá para um passé en dehors alto (no mínimo na altura do joelho de base), depois muitos relevés, controlados na subida e na decida, então começamos os giros,1 pirueta, 2, 3... Soma-se força, agilidade, equilíbrio, coordenação.
Aí começamos uma segunda etapa, rond de jambes à terre, en l´air baixo, en l´air mais alto, en l´air 90°, en dehors e mais en dehors, sustentação de developpés e mais um tiquinho de en dehors,rs.

Agora juntamos essas 2 coisas e temos os ingredientes "básicos", pra fazer uma tentativa de 1 fouetté.
E isso, só contando com a parte inferior do corpo, nem entramos no mérito de tronco, braços e cabeças que são extremamente necessários.

Acho que já dá pra começar a fazer seus cálculos agora, baseado na sua performance atual de quando é que as coisas vão acontecer no seu estudo.

Esse post não é pra desestimular ninguém, mas para conscientizar.

O estudo do ballet clássico, é árduo, progressivo, construtivo e muitas vezes lento.
É um castelo de cartas, onde cada carta precisa ser estudada e meticulosamente colocada, para servir de base para o próximo andar. Colocou uma carta de qualquer jeito lá embaixo, os próximos andares serão instáveis e podem até desmoronar (leia, lesionar).

Alguns alunos (e até professores mal preparados), querem pular etapas do aprendizado, que são essenciais para a correta execução dos movimentos.

Aprender uma etapa corretamente, previne lesões, deixa o movimento mais limpo e mais bonito.
Aprender passos "de qualquer jeito", cria vícios difíceis de serem tirados depois.
Sem contar a possibilidade de lesões.

Por isso, respeite seus limites, seu corpo e as instruções dos seus professores.
O corpo precisa se moldar pra que as execuções saiam corretamente e isso leva tempo.
Não reclame das infinitas repetições do mesmo exercício, ele tem uma razão para estar sendo feito.
Pesquise aulas de academias renomadas no You Tube e verá grandes nomes da dança atual, fazendo aula na barra e vai se surpreender de ver muitos movimentos que você faz na sua aula. Pliés, grandpliés, relevés e todo o resto.



Tudo tem seu tempo.
No ballet, ele vai de 1 a 8 rs  ;)